segunda-feira, 6 de julho de 2009

BRIO

Uma névoa densa se deita sobre a manhã. Não se consegue distinguir os traços das pessoas, que se locomovem sem se importar com a mesma. Talvez seja essa a razão da despreocupação. Andar sem ser visto. Se camuflar no imenso vazio da tez da manhã. Se desentranhar ou talvez se desintegrar e desejar virar a própria neblina que tinge de branco esta alvorada. É estranho o fato das pessoas tornarem-se leves, limpas, auras. São pessoas jogadas ao vento, que se movem sem qualquer direção. Sim, estão despojadas ou talvez despudoradas, por isso a leveza. Estão transparentes e alvas e isto que as tornam inodoras, incolores, intimistas, insípidas. Mas é só. Nada disfarça o brio infeliz de suas inexistências.

Um comentário:

  1. ...não ser é libertador. Não sei. Talvez? Na verdade tenho medo de me perder, ainda há uma fragilidade infantil em mim.
    bjs
    dani

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