terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

ELA ERA

A clara manhã tingiu de dourado aquele singelo olhar que a vida parara.
O odor de suas entranhas revelava a natureza da intensa noite que passara.
Tiveras uma vez motivo para se sentir assim.
Mas tanto tempo se passara que a espera pelo dourado em sua face amarelara.
Mera quimera.
Também pudera, como aquela primavera de cinqüenta e sete onde tudo começara.
Era mais ou menos assim.
A casa grande e ensolarada permanecia fechada na alvorada.
Abria-se a noite.
Sua distração era a janela que de tão amarela escondia o dia que buscava o sorriso dela.
Deixara uma vez o raio dourado entrar pelo átrio do casarão que de imediato atingiu-lhe o coração.
Dissera que o fruto gerado desta labuta era filho da puta. Literalmente.
De nada adiantara aquela face dourada pois no final da noite sempre sabia que não era dela.
A única certeza que ela tivera era quem ela era.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Quem me chamou
Quem vai querer voltar pro ninho
Redescobrir, seu lugar ...

(...)

A arte de sorrir cada vez que o mundo diz não *






* Brincar de viver - Maria Bethânia