ELA ERA
A clara manhã tingiu de dourado aquele singelo olhar que a vida parara.
O odor de suas entranhas revelava a natureza da intensa noite que passara.
A clara manhã tingiu de dourado aquele singelo olhar que a vida parara.
O odor de suas entranhas revelava a natureza da intensa noite que passara.
Tiveras uma vez motivo para se sentir assim.
Mas tanto tempo se passara que a espera pelo dourado em sua face amarelara.
Mera quimera.
Também pudera, como aquela primavera de cinqüenta e sete onde tudo começara.
Também pudera, como aquela primavera de cinqüenta e sete onde tudo começara.
Era mais ou menos assim.
A casa grande e ensolarada permanecia fechada na alvorada.
Abria-se a noite.
A casa grande e ensolarada permanecia fechada na alvorada.
Abria-se a noite.
Sua distração era a janela que de tão amarela escondia o dia que buscava o sorriso dela.
Deixara uma vez o raio dourado entrar pelo átrio do casarão que de imediato atingiu-lhe o coração.
Deixara uma vez o raio dourado entrar pelo átrio do casarão que de imediato atingiu-lhe o coração.
Dissera que o fruto gerado desta labuta era filho da puta. Literalmente.
De nada adiantara aquela face dourada pois no final da noite sempre sabia que não era dela.
De nada adiantara aquela face dourada pois no final da noite sempre sabia que não era dela.
A única certeza que ela tivera era quem ela era.
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