segunda-feira, 21 de junho de 2010

EU NÃO SONHEI, SONHEI !

Ele oscilava entre o sonho e a razão. Não que o sonho não tivesse razão, mas eram mundos diferentes e que raramente se encontravam. Todos os seus atos foram pensados. Tinha medo de perder o controle da situação. Inventara aquele modo de vida. Não era feliz ! A felicidade era abundante no mundo dos sonhos. Mas mesmo assim ele a temia. Não saber ser feliz era o que ele mais sabia fazer. Fugia dos sonhos e da felicidade. Procurava encontrar o equilíbrio mas a razão sempre falava mais alto. Quando achou que estava insuportável viver daquele jeito tentou aniquilar os seus sonhos. Mas eles não o deixaram. Pelo contrário, passaram a se fazer cada vez mais freqüentes. Já não era necessário mais fechar os olhos para sonhar. Eles aconteciam a todo momento. Foi neste instante que ele perdera a razão de toda a sua existência. A partir daí passou a viver sonhando. Muitos diziam que ele era feliz. Outros diziam que era louco. Já não se importava com a sua razão. Já não se importava com os seus sonhos. Perdeu a noção do tempo, do espaço, da realidade. Apenas sonhou feliz. Não pensou. Viveu. Até o fim. Como uma árvore. Que morre em pé.

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